Para estar vivo basta ter suas funções vitais em
funcionamento. Mas “viver” é mais do que isso. Estar vivo, todos nós estamos,
trabalhando, estudando, comendo, bebendo, e preservando, ou não, nosso corpo:
matéria essencial para a existência humana, além da consciência.
Há muito tempo
acompanho de perto como é a vida de alguém que passa a ver o mundo “preto e
branco”, sem graça, sem vida, afinal. Isso ocorre geralmente em um curto
período quando perde-se algum ente muito querido, quando tem-se uma decepção
amorosa ou coisa do tipo, tornando a vida mais amarga que ela poderia ser. A vida, tal
como ela é, e tal como ela se encontra após uma decepção capaz de atingir até mesmo
nossos órgãos e a forma com que vemos o mundo, é uma distorção da realidade,
tornando-a mais alegre ou mais triste, a medida em que coisas acontecem
conosco. Afinal, quem nunca passou por uma perda irremediável, daquelas de
ficar dias relembrando e se decepcionando novamente? Até o momento em que
decidimos ser fiéis conosco e encarar a realidade nua e crua, por mais injusta
que ela seja.
Viver, para algumas pessoas, muitas delas, aliás, é buscar a
felicidade, estando ela nos amigos, família, religião, ou em coisas materiais
que o dinheiro é capaz de comprar, bem como vídeo games, automóveis, casas,
etc. A diferença entre viver e estar vivo, pode ser considerada como a forma
que vemos a vida, buscando a felicidade e vivendo-a, ou não, simplesmente vivendo
maquinalmente, aceitando aquilo que vier, sem questionar, e principalmente, sem
buscar melhorias. Claro que nem todos podem alcançar as melhorias que desejam,
bem como o sucesso financeiro, aliás, se dependesse tão somente do esforço
pessoal e da vontade de viver, não haveria miséria no mundo, concorda? Ninguém
é miserável por que quer. São raras exceções. A forma que encaramos a realidade
define aquilo que somos, aquilo que almejamos ser, e mudar aquele que fomos um
dia.