"A brisa leve e fria do
oceano batia sobre a pele lisa de meu rosto naquela manhã. Nada mais era,
naquele momento, para mim, mais grandioso e divino do que a imensidão do mar com
suas águas tão azuis quanto o próprio céu, que estendem-se até onde os olhos
não podem alcançar. Percebi, neste instante, como um feixe de luz que pousa sobre
meus olhos tomados muito tempo pela escuridão, que no horizonte o mar despia-se
de tudo que até agora fora chamado humano. As embarcações que há muito navegaram por
estes lados pela primeira vez em direção a este continente, os navios negreiros
cheios de dor e sofrimento: nada disso fazia mais sentido. A própria humanidade
pareceu-me isenta de um sentido, o “por que
o Homem?”
apoderou-se de mim de uma tal maneira como que se tudo que houvesse
existido até então, exprimido num breve instante, fosse reduzido a mim e a
imensidão do mar em minha frente.