1 de jan. de 2018

SOB A CLARIDADE DO CÉU E IMENSIDÃO DO MAR

"A brisa leve e fria do oceano batia sobre a pele lisa de meu rosto naquela manhã. Nada mais era, naquele momento, para mim, mais grandioso e divino do que a imensidão do mar com suas águas tão azuis quanto o próprio céu, que estendem-se até onde os olhos não podem alcançar. Percebi, neste instante, como um feixe de luz que pousa sobre meus olhos tomados muito tempo pela escuridão, que no horizonte o mar despia-se de tudo que até agora fora chamado humano.  As embarcações que há muito navegaram por estes lados pela primeira vez em direção a este continente, os navios negreiros cheios de dor e sofrimento: nada disso fazia mais sentido. A própria humanidade pareceu-me isenta de um sentido, o “por que o Homem?” apoderou-se de mim de uma tal maneira como que se tudo que houvesse existido até então, exprimido num breve instante, fosse reduzido a mim e a imensidão do mar em minha frente.