O MISTÉRIO DA PROVÍNCIA DE BEAUMONT
Conta-se, em Beaumont, a história de um garoto que no auge de seus nove anos de idade, brincalhão, esperto e sempre muito curioso,
desaparecera subitamente na segunda semana em que ele e sua família mudaram-se
para a nova casa. Nova para eles que habitavam-na pela primeira vez, pois a
casa era velha desde muito tempo. Algumas partes da parede caíam aos pedaços
com a primeira ventania que soprasse por aqueles lados, a parede interior e exterior,
com sua cor branco amarelado carregando um aspecto assombroso quando a luz do
luar incidia sobre ela, já estava toda descascada e repará-la era, infelizmente,
inviável àquela família que, por razões financeiras, mudaram-se para lá.
Era uma casa enorme com inúmeros aposentos. A sala era de uma imensidão
que o mais suave dos passos causavam ruídos que ecoavam pelo teto, lustre e
escadaria, sendo capaz até mesmo de alcançar os ouvidos de quem estivesse no
andar superior. Os quartos tinham os tetos altíssimos, cada qual com um lustre
brilhante em seu centro e janelas que hoje não mais se encontram no mercado.
Infelizmente a casa não possuía luz elétrica, fazendo com que a antessala, o
vestíbulo, os quartos, cozinhas, banheiros e demais aposentos fossem iluminados
com grossas e pesadas velas em seus candelabros cor de prata.